terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Reflexões para um líder insatisfeito

Hoje em dia é muito óbvio falar em liderança, estamos em um mundo onde todo mundo se acha líder...até parece que já nascem prontos.

Existem sim muito lideres teórico, eu particularmente conheço alguns. Conhecem tudo sobre liderança, regras, livros, bons filmes sobre o assunto, cursos e palestras, mas na prática seus liderados não o admiram, não sentem desejo de estar próxima a ele, não “combatem o bom combate” – como disse o apóstolo Paulo no final de sua jornada...

Porque será que isso ocorre?

Não quero aqui me intitular um especialista em lideres (posso correr o risco de ser mais um teórico), mas queria deixar alguns pontos para que os lideres de equipes reflitam e que busquem concretizar as mudanças através da reflexão pois muitos ficam apenas na reflexão e na prática apenas adquiriram mais teoria sobre liderança.


1. Líder, você treina seus liderados em inovação para obter estratégias inovadoras?

2. Líder, você prefere muda “o time” ou mudar o “nível do time”?

3. Líder, você conduz a sua equipe pelo caminho do propósito? Eles sabem “o que fazem”, acreditam na “causa” ou suas demandas estão sendo bloqueadas pelo néocortex de seus liderados. O líder deve ter a habilidade de “romper” a barreira do néocortex e atingir o que existe de mais “primitivo” em seus liderados, o “cérebro reptiliano” (a biologia explica muito bem isso). Líder transforme o que você acredita em uma causa.

4. Líder é o seu papel simplificar o que é complexo. Você tem a visão da estratégia, a visão holística, este é o seu papel.

5. Líder, dê autoridade somente a quem é competente (não é necessário comentar...)

6. Líder, não aumente a instabilidade com a incerteza.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dois ingredientes de sucesso para os líderes

Paixão e Compaixão 

A paixão te move, faz com que você acorde pela manhã, é o ingrediente que impulsiona você a mergulhar em seu trabalho e entregar resultados. Compaixão é quando você se dedica aos membros de sua equipe, é a manifestação de carinho e preocupação. Embora esses dois conceitos são de extrema importância para o sucesso dos líderes, eles não recebem igualmente importância. 
O ingrediente paixão é tratado com frequencia em vários artigos e livros sobre liderança. É comum ouvirmos que deve-se ter "paixão pelo trabalho" ou "paixão por entregar os resultados". Já quando procuramos o ingrediente compaixão vemos que não é dada a devida importância e quase nunca este ingrediente é lembrado na real essencia de seu significado. É claro que que muitas vezes este ingrediente vem camuflado como "dar atenção aos membros de sua equipe, ouvi-los, entende-los, etc", mas esta camuflagem nada mais é do que reduzir o seu valor real.

Na verdade, se você deseja trabalhar o valor paixão, ou seja, usá-lo como uma arma poderosa para motivar a sua equipe para conseguir algo sustentável, tem de fazê-lo com compaixão, reconhecendo e demonstrando sua crença de que as pessoas são importantes. E parece que para muitos líderes esta etapa é muito difícil pois eles têm a consciência da importância dos membros da equipe mas acabam tornando-se incongruentes porque não acreditam e não conseguem viver este valor da compaixão.
Nesse sentido aqui estão algumas sugestões para desenvolver e alavancar essas duas características de liderança crítica dentro de si mesmo e sua equipe.
Para exaltar a paixão:
Estabeleça metas altas. Pessoas que amam o que fazem necessitam serem empurradas para ver quão alto e como elas podem voar. Ao definir objetivos ousados, você empurra e ao mesmo tempo motiva as pessoas a fazerem o seu melhor. O acompanhamento, a cobrança, o feedback, nesta situação, deve ser feito com compaixão (falamos disso mais a frente).
Atiçar o fogo. Dê feedback freqüente para que as pessoas saibam onde estão. Quando você observar que estão perdendo o foco, mostrar-lhes o caminho de volta para que eles possam aplicar o poder da paixão novamente. O seu feedback deve ser como pequenas doses de alcool jogadas na base do fogo. Se for na medida certa incandesce se for em excesso acaba queimando ao ponto de consumir todo o oxigênio ao redor e logo não se tornará sustentável.
Medir os resultados. Na paixão pelo trabalho, assim como a paixão no amor, as pessoas são muito intensas e não medem conseqüências. Por este motivo é muito importante para o líder, freqüentemente, mostrar para eles o que estão fazendo e o que aquele trabalho significa. Mostre como o que eles fazem irá trazer uma enorme significancia em relação às metas estabelecidas.
Para cultivar a compaixão:
Conheça os membro de sua equipe. Gestão é um processo de capacitar outros a terem sucesso, nomeadamente colocando-os em posições onde eles podem ter sucesso. Proporcionar-lhes orientação e, se for o caso, capacitação. 
Colocar as pessoas em primeiro. Procure maneiras de colocar este conceito em ação. Pergunte primeiro como as pessoas estão e depois como estão os seus trabalhos, mas seja sincero se você não consegue fazer e acreditar nisso, NÃO FAÇAConsidere horários flexíveis, tem pessoas que produzem mais no período da tarde (notívagos) e outras trabalham melhor pela manha. Não cobre horário, cobre a entrega do projeto. Procure maneiras de acomodar aqueles que querem trabalhar em tempo parcial, como os pais com crianças pequenas (home office). Cumprimente os membros de sua equipe olhando nos olhos, procure entregar a eles o que é importante à eles e não o que você considera importante (aqui estou falando de recompensa).
Seja solidário. Vibre, fique preocupado e comemore com os membro de sua equipe. Envolva-os nos projetos desde o inicio, faça entendê-los o porque da tarefa, eles precisam entender a tarefa como um todo. Pratique o empowerment com os membros de sua equipe, diga "Estou contigo", "Confio em você", "Nós somos uma equipe", não tenha medo de falar "Eu preciso de você", "Você é importante para este projeto, para esta empresa". 

A compaixão não pode ser subjetiva. Para mim ela é objetiva - A COMPAIXÃO é a compreensão do estado emocional de outrem -  Compaixão é alimentada a partir de dentro -, mas não produz qualquer efeito até você aplicá-la aos outros.

Alexandre Lopes
Sociólogo - Profissional de RH

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Palestra de Integração de novos colaboradores

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Uma mensagem a Garcia – Pare com isso

O que estamos utilizando para motivar as nossas pessoas ?.

Estive pensando hoje no clássico texto escrito em 1899 e  intitulado Uma mensagem a Garcia, um belo texto e digno de reflexões, sem dúvidas.

Refiro-me ao texto abaixo (resumido):

"A história acontece no momento em que irrompeu a guerra entre Espanha e Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos precisa entregar uma carta ao major-general Cubano Calixto Ramon Garcia para avisar sobre o ocorrido. Porem naquele tempo ninguém sabia como encontra-lo e também não dispunham de muito tempo. Eis que alguém sugere ao Presidente: Se tem alguém capaz de entregar a mensagem a Garcia, este alguém é o Coronel Andrew Summers Rowan.
O coronel Rowan é chamado, o Presidente lhe entrega a mensagem, ele tomou a carta, colocou-a em um invólucro impermeável, amarrou-o sobre o peito, e, após 4 dias estava em Cuba, após três semanas havia travessado o pais a pé e entregue a mensagem."

Uma história muito bonita que serve sim para introspecção e até como exemplo em determinados casos. Mas apenas isso. Não devemos esperar que os jovens de hoje agissem como o coronel Andrew.

O coronel foi preparado para realizar estas tarefas (afinal era militar) e utilizou os recursos que lhe cabiam da maneira que conhecia. É verdade que outros, em sua época, talvez não conseguissem realizar a tarefa com a mesma destreza que ele e por isso merecesse destaque.

Hoje vejo alguns líderes, ao delegarem alguma missão/trabalho aos seus liderados falarem “Façam como no texto Uma Mensagem a Garcia”. Isso é o mesmo que dizer “se vire...”.

Estamos vivendo a era da informação e da tecnologia e temos que saber tirar proveito dos recursos que estão ao nosso alcance.

Não existem mais “coronéis Rowan” – talvez alguns poucos, é verdade. A velocidade da informação, o mundo tecnológico e a mundialização acabou com eles.

A “Mensagem a Garcia” foi um ensaio escrito por  Elbert Hubbard. A história não aconteceu de fato.

É interessante ver como a ansiedade por pessoas que resolvam a situação sem perguntar nada não é nova, sempre foi desejo dos líderes.

Há de ser ter muito cuidado ao utilizar este tipo de texto em treinamentos ou indica-lo aos membros de sua equipe. Alguns poderão deixar de perguntar a você o “como fazer” e inevitavelmente acabar fazendo a “coisa errada”.

Sem querer, ao invés de levar uma palavra de motivação aos sues liderados, você poderá transmitir a eles uma mensagem velada “Recebam a tarefa e cumpram, sem me perguntar nada”.

Tenha em mente que os jovens de hoje (chamados de geração Y) querem e têm necessidade de saber os “porquês”.  Afinal eles cresceram assim, a informação a um click do alcance.

Já mencionei uma vez e vou repetir, o poder está com quem tem a informação e a transforma  em conhecimento. O poder não pode mais ser desenhado e representado em uma pirâmide onde manda quem está em cima e obedece quem está em baixo.

um abraço.

domingo, 14 de novembro de 2010

Bons chefes pensam assim

Este artigo transcrevi realmente para os Chefes. 

Por que não mencionei Líderes ao invés de Chefes?. Sabemos que Líder tem um sentido amplo de comando e Chefes tem por principio a legitimidade de comando intitulada pela empresa. É claro que um Chefe pode também ser um Líder (mas nem todos são...esse é um assunto para outro post).


Li este conteúdo no blog da Harvard Business e achei bastante pertinente, por isso o coloquei aqui.


Bons chefes pensam assim…

•Eu não sei de tudo. Temos 3 evidencias que explicam isso: Chefes são como qualquer pessoa, se acham mais do que são; Chefes naturalmente deixam de ouvir seus subordinados; Chefes estão por fora da realidade (os seus subordinados costumam omitir ou diminuir fatos).

•Meu sucesso - e do meu pessoal - depende amplamente de administrar coisas da vida. Às vezes você não tem a impressão que chefes são como robôs tentando aplicar conceitos e métodos do curso de MBA? Grandes líderes mostram que a diferença está nos aspectos humanos da sua gestão. Algo que nenhum curso vai lhe ensinar.

•Ter ambição e metas bem-definidas é importante, mas é inútil pensar demasiadamente nelas. Meu trabalho é focar nas pequenas vitórias que ajudem minha equipe a fazer pequenos progressos a cada dia.

•Uma das mais importantes, e difíceis, partes do meu trabalho é atingir o frágil equilíbrio entre ser muito confiante e não ser confiante o suficiente.

•Meu trabalho é agir como um escudo-humano, protegendo meu pessoal de instrusos, distrações e bobagens de qualquer espécie — e também evitar impor minhas próprias bobagens.

•Esforçarei-me para ser confiante o suficiente para convencer as pessoas de que eu estou no comando, mas humilde o suficiente para perceber que de vez em quando eu estou errado.

•Eu busco lutar como se eu estivesse certo, e ouvir como se eu estivesse errado. E ensinar o meu pessoal a mesma coisa.

•Um dos melhores testes da minha liderança é: o que acontece depois que uma pessoa comete um erro?

•Inovação é crucial em qualquer equipe e organização. Então, meu trabalho é encorajar meu pessoal a criar e testar várias ideias novas. Mas é também o meu trabalho ajudá-los a matar todas as ideias ruins que geramos, e parte das boas também.

•O mau é mais forte que o bom(*veja a regra 5 para 1 mais abaixo). É mais importante eliminar o negativo do que acentuar o positivo.

•Como eu faço as coisas é tão importante como o que eu faço.

•Pelo fato de eu possuir certos poderes sobre os outros, eu tenho grandes chances de agir como um idiota insensível — e não perceber isso.
 

 
 
(*)Regra do 5 para 1

Esta regra foi escrita pelo professor da Universidade de Stanford, Robert Sutton .


Para comprovar que experiências negativas exercem impacto muito maior nas pessoas do que as positivas, pesquisadores acadêmicos investigaram um grande número de casais. A descoberta foi incrível: a menos que as experiências positivas superem as negativas em 5 para 1, o relacionamento está fadado ao fracasso.


Essa é uma descoberta incrível. Quem é um pouco mais experiente sabe o quanto os relacionamentos vão se deteriorando aos poucos. Seja com um amigo que outrora fora seu melhor amigo ou um chefe que você costumava admirar ou uma namorada que você amava loucamente até ela começar a pisar na bola. Não são coisas que acabam do dia para a noite. Mas com base na “Regra do 5 para 1″ é possível saber se tem futuro ou não. O estudo realmente afirma que 2, 3 ou 4 interações positivas não compensam o efeito de uma experiência negativa, é preciso, de fato, 5 ou mais.

Alexandre Lopes
Administrador e Sociologo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Entrevista por valores e Retenção de talentos

A prática mais comum em recrutamento e seleção, para as empresas que já definiram quais são as suas competências, é a utilização da entrevista por competência. Este modelo de entrevista serve para investigar o candidato e verificar se ele possui as competências necessárias e alinhadas às da empresa. Este processo de seleção tem se mostrado bem eficaz, pois evita, futuramente, surpresas desagradáveis por falta de uma determinada competência para comandar um projeto ou uma equipe.



Sabemos que uma das missões do RH representado pelo departamento de R&S é encontrar o melhor candidato para a vaga em questão e, para este fim, um dos recursos utilizados é a entrevista por competência. Contudo a missão vai mais além, o profissional de recrutamento e seleção deve ter a capacidade de projetar este candidato ao futuro dentro da empresa.

Sabendo-se que outra grande missão pertencente ao RH é reter talentos, devemos oxigenar esta necessidade no ato da contratação. Quando estivermos selecionando os melhores devemos utilizar de todos os recursos que dispomos para diagnosticarmos se este candidato tende a permanecer na empresa. O profissional de recrutamento e seleção deve ter a capacidade de diagnosticar o futuro do candidato.



A entrevista por competência pode com certeza trazer os melhores candidatos, mas não pode garantir que eles permaneçam.



É obvio que a permanência deste candidato esta ligada a uma “rede de fatores” que juntos devem propiciar um ambiente desafiador e motivador.



O que defendo aqui é que além de realizarmos a entrevista por competência, deveríamos também realizar a entrevista por valores.



Grande parte das empresas, hoje em dia, já tem bem definido quais são os seus valores. Eles estão expostos em um belo quadro na matriz da empresa, nos manuais dos colaboradores, e nos discursos dos líderes, porém devem ainda estar alinhados com os valores dos colaboradores da empresa.



Se conhecermos quais são os valores da empresa (estamos aqui falando dos valores que realmente são praticados pela empresa) devemos buscar candidatos que tenham os mesmos valores, pois quando uma pessoa trabalha em uma empresa onde há compatibilidade de valores, as tarefas e as decisões fluem mais facilmente e o colaborador não tem que tomar decisões que gerem conflitos dentro de si, acarretando assim, em muitos casos, o estresse e o descontentamento.



Outro fator que tende a reforçar a necessidade da entrevista por valores é a chegada dos jovens profissionais no mercado de trabalho, a conhecida geração Y. Esses jovens buscam sentido em tudo o que fazem/participam e estão em busca de um ambiente de trabalho compatível com os seus valores e na maioria dos casos são eles quem escolhe a empresa em que querem trabalhar.

Alexandre Lopes

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A estratégia de um RH Capitalista

É muito comum nos depararmos com profissionais com baixa produção ou sem comprometimento com a empresa.

Quando isso é detectado, entra em cena o RH. Missão: elevar a produção, o comprometimento, fazer com que o profissional entenda a missão da empresa.

Mas como fazer isso?

Com certeza existem mil e uma alternativas possíveis de serem aplicadas como: treinamentos, capacitação técnica, palestras motivacionais, premiações, PLR, e mais, e mais, e mais...

Agora temos que entender a causa deste problema e não apenas tratar os sintomas, pois ao tratarmos apenas os sintomas não estamos resolvendo “o dilema”.

Acredito que grande parte da causa destes problemas esta relacionado à frieza no processo de trabalho moderno. Quando falo sobre frieza no relacionamento de trabalho, não estou me referindo às relações entre chefes e subordinados (que também pode ser uma causa). Refiro-me à relação entre trabalhador X produto-do-trabalho.

Vamos voltar um pouco no tempo, antes da segunda metade do século XVIII. Ao analisarmos a história do período anterior a Revolução Industrial, veremos que os trabalhadores eram preparados desde crianças pelos seus pais para darem continuidade ao oficio da família. O pai carpinteiro ensina o filho desde pequeno a trabalhar a madeira, o agricultor ensinava como cuidar da terra e dos produtos oriundos da agricultura, o artesão, o alfaiate, seguindo assim em todas as profissões. Os trabalhadores faziam o seu oficio com paixão, com propriedade, faziam porque eram especialistas no seu negócio, viam “valor” no que produziam, se orgulhavam. Tinham no oficio a missão da família.

Veio a Revolução Industrial, com ela o avanço do capitalismo, a necessidade da mecanização da produção e com isso surgiu a necessidade do “investimento” em máquinas, e, agora já vivenciando um modelo capitalista onde o lucro é a garantia da sobrevivência, surge a necessidade de reduzir despesas e inevitavelmente demitir trabalhadores.

Com o start da Revolução faz-se necessário a modernização constante sejam de equipamentos ou de processos e com isso a modernização da mão de obra. Essa modernização nunca mais parou pelo contrário esta mais aguda a cada sol nascente. É tão veloz que se um aluno de um curso superior em T.I. não colocar em prática o que aprende desde o primeiro ano, ao concluir o seu curso quase que metade do que ele aprendeu estará ultrapassado!!!

A frieza no processo de trabalho moderno que mencionei acima esta intimamente ligada a velocidade da modernização das empresas. Esta frieza reduz o comprometimento, o alto desempenho, a paixão pelo trabalho.

Hoje se você visitar uma padaria moderna, verá que não existe mais a figura do padeiro (na concepção da palavra). Ao contrario, o que encontrará lá é alguém que sabe operar uma máquina e que através de uma tela (aqui podemos ler Windows) controla a mistura dos ingredientes e o tempo que o pão deverá permanecer no forno. Esse avanço tecnológico acaba esfriando a relação do trabalhador com o produto de seu trabalho e isso reflete em baixo comprometimento.

Acredito que aí mora o segredo: Como contratar um padeiro que terá que trabalhar utilizando-se da tecnologia (pois a padaria tem que agilizar e padronizar a sua produção) e, portanto, não exercerá o seu oficio, e mesmo assim conseguir com que ele seja comprometido?

A resposta é relativamente simples e veremos a seguir.

Segundo Richard Sennet em sua obra “A corrosão do Caráter” este “enigma” esta ligado a duas habilidades:

1. A capacidade de desprender-se do próprio passado

2. Confiança para aceitar a fragmentação

Pessoas que não têm em si estas duas habilidades sofrem ao serem inseridas em um contexto descrito acima.

Vamos entender estas duas habilidades:

Ponto 1 – A capacidade de desprender-se do próprio passado (Empreendedorismo)

Hoje é comum falarmos em empreendedorismo, veja a quantidade de títulos sobre o tema, palestras, seminários e até mesmo em entrevistas de emprego procura-se o tal “empreendedorismo” nos candidatos. Como encontrar esta habilidade? O que vem a ser um empreendedor? Não vou aqui devagar sobre empreendedorismo (isso levaria umas 5 páginas), vou exemplificar para ficar bem claro. Analisemos o exemplo de um empreendedor: Ele dificilmente estaria disposto a doar 5% de seus ganhos para uma instituição de caridade, mas ele facilmente estaria pronto a destruir tudo o que fez diante da oportunidade de um novo cenário econômico de oportunidade. Aqui figura a capacidade de desprender-se do passado o que podemos traduzir como um modelo de empreendedorismo.

Ponto 2 – Confiança para aceitar a fragmentação (Flexibilidade)

Nós acompanhamos hoje, através das mídias e de discursos de empreendedores do setor de T.I. que a evolução do setor tecnológico é um caos constituído por um emaranhado de experiências, erros e contradições. Esse caos assusta a muitos que, sob a sombra de suas angustias, tentam sem sucesso criar padrões para encaixar a evolução. Fracassam, pois o crescimento não se dá de forma clara e burocraticamente planejada.

Na ânsia de vencer neste caos do progresso, faz-se, inevitavelmente, uma forte habilidade em buscar muitas possibilidades ao mesmo tempo o que na prática configura-se em uma forte e inabalável confiança de permanecer na desordem. Sendo assim, um profissional com esta habilidade não deve sofrer com a fragmentação, pelo contrário, deve sentir-se estimulado por realizar trabalhos em muitas frentes ao mesmo tempo. Neste exemplo, vemos tipificada a habilidade flexibilidade.

Pensando na constante evolução e na necessidade destas habilidades é triste dizer isso, mas a pessoa mais indicada para trabalhar na padaria moderna (utilizada como exemplo acima) não seria um exímio padeiro que conheça todas as técnicas da panificação e que adore “colocar a mão na massa” literalmente. A pessoa mais indicada seria alguém que conheça de panificação, que já tenha feito pão de forma tradicional (sem uso de muita tecnologia), mas que não seja nostálgico ao ponto de lutar contra o avanço tecnológico. Alguém que esteja disposto a deixar de lado o seu conhecimento adquirido com os anos de labuta manual no trato com a massa do pão e que se apaixone pelos ícones da tela da máquina de fazer pão.

Ele precisará entender que o produto do trabalho dele não é o pão, o produto do trabalho dele é a máquina, pois se ele achar que é o pão, ele se frustrará, haja vista que quem faz o pão é a máquina e não ele. A paixão dele tem que estar voltada para a máquina e não para o pão;

A partir de hoje o seu negócio não é fazer pão, o seu negócio é operar uma máquina de fazer pão.

Hoje cometemos muitos erros ao contratarmos pessoas e depois dizemos que “estava fora do perfil”, será que é isso mesmo? Ou será que estamos contratando de forma míope. Contratamos um vendedor quando na verdade precisamos de um consultor, contratamos um gerente comercial, mas precisamos de um técnico de futebol.

E você...Qual é o seu negócio?

Alexandre Lopes
Administrador e Sociologo




sábado, 16 de outubro de 2010

A teoria R2 - Reconhecimento X Recompensa

A teoria do R2 - Reconhecimento X Recompensa

O assunto do momento, e a previsão para os próximos anos, é “O APAGÃO DE MÃO DE OBRA”. Os RHs estão vivendo um cenário árido em busca de bons profissionais para suprir as demandas cada vez mais exigentes das empresas. E o pior é que este cenário só tende a se agravar devido a muitos fatores como: O modelo de ensino neoliberal parado no tempo, a capitalização do ensino universitário, a frenética busca da geração Y por empresas que tenham em seus valores/filosofia as verdades em que eles acreditam e defendem, e muito outros, mas este não é o assunto que quero tratar aqui.

Com o aglomerado destas dificuldades, surge um dos maiores desafios para os profissionais de RH : Como reter os talentos na Empresa. Já que está, e vai ficar cada vez mais difícil, mantê-los fiéis à Empresa, como “prorrogar” a sua saída?

Claro que não conseguiremos este feito com meia dúzia de ações ou com uma varinha de condon. É preciso sim queimar muito fosfato, levantar as macro competências de sua empresa, alinhar as competências dos colaboradores às macro competências e às competências departamentais, ter um bom plano de oportunidades (vertical e horizontal), processos de comunicação claro e constante, equilíbrio de vida profissional X vida pessoal, respeito, feedback, pacote de benefícios atraente, salários compatíveis aos vigentes no mercado e inseri-lo no “projeto empresa” (o profissional tem que ter a certeza de que ele é importante para a empresa).

Não bastasse tudo isso, gostaria de dedicar aqui algumas linhas para cristalizar uma teoria que defendo nas minhas conversas sobre retenção e motivação de talentos: A teoria R2

Infelizmente alguns RHs confundem o binômio Reconhecimento & Recompensa (R2), vamos ao significado:

• Reconhecimento: Ato de reconhecer, gratidão, sentimento de agradecimento.

• Recompensa: Ato ou efeito de recompensar premio dado em reconhecimento de um serviço, favor ou boa ação, premio, indenização, compensação.

Sendo assim, as políticas de RH das empresas devem prever a teoria R2 em seu orçamento anual.

O processo de Reconhecimento pode ser concretizado através de uma placa de homenagem, um troféu, um certificado, um almoço com o Presidente da empresa ou até mesmo com um simples pin.

Agora quando falamos em Recompensa inevitavelmente devemos conjugar este verbo em conjunto com uma gratificação monetária ou será que vivemos em um país socialista? É claro que não. Portanto devemos praticar ambas as coisas, devemos aplicar o R2 na sua integridade.

Evidente que em proporções diferentes e aqui vale citar um dos maiores estudiosos sobre a motivação do ser humano, Abraham Maslow. Segundo Maslow ao suprir as necessidades mais básicas de um individuo (necessidades fisiológicas) automaticamente suas necessidades ganham outro foco que seria a necessidade por segurança e depois amor/relacionamento, estima e realização pessoal. Olhando por este prisma devemos saber aplicar bem a teoria R2, pois têm pesos e medidas diferentes que variam na sua proporção face à posição em que o individuo se encontra em suas necessidades atuais.

Mas não chega a ser difícil de desvendar, claro que o que descrevi aqui não serve como regra absoluta, sempre teremos uma ou outra exceção. Mesmo assim não seria difícil dizer que um funcionário do chão de fábrica (base da pirâmide de comando de uma empresa) estaria mais propício à Recompensa do que ao Reconhecimento o mesmo não poderia dizer de um Gerente ou de um Diretor onde provavelmente a teoria R2 tenha mais relevância no Reconhecimento.

Portanto não é difícil, apenas não podemos nunca aplicar apenas um R em detrimento ao outro, utilizando como justificativa que um é mais importante do que o outro. Os dois têm seus pesos e seus significados. Portanto quando o assunto for motivação, pergunte-se: Como você está aplicando a teoria R2?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

102 Dinâmicas de Grupo

Bem, sei que é trivial, mas não poderia criar um blog sobre RH e não disponibilizar aqui uma coletânea de dinâmicas de grupo.

Bom proveito

Download: Dinâmicas de Grupo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Livro Grátis - Como formar instrutores

Estou disponibilizando no link abaixo um livro (pdf) com muitas técnicas e métodos para a formação de Instrutores. Esta literatura serve também para quem já é Instrutor.

Sabemos que no varejo a necessidade de multiplicar os treinamentos de forma rápida e eficaz é vital para o sucesso do negócio, e muitas vezes temos que contar com um profissional que não é do RH, mas nos ajuda muito, são os Multiplicadores. Este livro deveria ser entregue a todos os Multiplicadores.

Abaixo o índice do livro. Analisem e vejam a riqueza do conteúdo.

Bom proveito...


Índice

1. Coordenação de Treinamentos
1.1. O que é Treinar?
1.2. Levantamento de Necessidade de Treinamento (LNT)
1.3. Estruturação e Planejamento de um Programa de Treinamento
1.4. Execução, Acompanhamento e Avaliação.
2. O Instrutor
2.1. O que é ser Multiplicador / Instrutor de Treinamentos
2.2. Perfil e Papel do Multiplicador / Instrutor
2.3. Melhorando a imagem
2.3.1. Os nervos
2.3.2. Os gestos
2.3.3. A voz
2.3.4. A aparência
2.4. A Autoestima
2.4.1. Valorizando os Pontos Fortes
2.4.2. Refletindo os pensamentos positivos
2.4.3. Dominando o Conteúdo
2.4.4. Ensaiando o Conteúdo
2.5. Simpatia, Empatia e Antipatia
2.6. Criatividade: O diferencial
2.7. Dinâmica de Grupo
2.8. Principais Características
Pequeno Manual de Relacionamento Interpessoal
2.9.
2.10. Ossos de Instrutor
3. Instruindo a Instruir
3.1. Vivendo e aprendendo
3.2. Toró de Parpitis – Brainstorming
3.3. Educação de Adultos e Treinamentos
3.4. Planejamento de Ensino
3.4.1. O que é Planejar?
3.4.2. Componentes Básicos
3.4.3. Planejamento do Treinamento em Serviço
3.4.4. Importância do Planejamento do Treinamento em Serviço
3.4.5. Características de um bom planejamento de Treinamento em Serviço
3.4.6. Modelo de Formulário
3.4.7. Material Didático
3.4.8. Local
3.4.9. Recursos Audiovisuais e Multissensoriais
3.5. A Aprendizagem e o Ensino
3.6. Motivação
3.7. O Público
3.7.1. Os sinais do público
3.8. Questões
3.8.1. Espaços para questões
3.8.2. Tipos de questões
3.8.3. Como receber uma pergunta
3.8.4. Respondendo de maneira adequada
3.9. Concluindo o Treinamento
4. Técnicas de Liberação de Expressão
5. Mensagem Final