
Fazer
promessas que não serão cumpridas
Uma promessa que nunca é concretizada se torna uma mentira. Muitas
vezes, ao tentar motivar os funcionários, os superiores acabam prometendo
coisas que não vão acontecer, mesmo sem má intenção. "Não tenho dúvidas de
que, pior ainda do que fazer a promessa, é não cumprir aquilo que foi
acordado", diz o headhunter e sócio da CTPartners, Arthur
Vasconcellos.
Jõao Baptista Brandão, professor da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo (EASP), da Fundação
Getulio Vargas concorda.
"A promessa diz respeito à consistência, o caráter de alguém. Há chefes
que são como alguns políticos. Primeiro conquistam com algo que não podem
cumprir e depois tentam explicar o porquê de não o fazerem. É o famoso 'vamos
fazer isso porque lá na frente...'. O efeito é inverso. As pessoas acabam por
entender isso como hipocrisia e não se envolvem intensamente porque sabem que o
projeto é 'movediço', não tem fundo".
Dizer
que a opinião do funcionário não interessa
Em tempos em que as redes sociais imperam e
todos querem se comunicar, ninguém gosta de sentir que realiza uma tarefa só
para cumprir a agenda, sem poder participar efetivamente daquele projeto.
Segundo Vasconcellos, 80% das pessoas que vão até ele se colocar à disposição para alguma vaga estão insatisfeitas com os seus chefes. "Pode parecer absurdo, mas na semana passada ouvi de uma pessoa que seu chefe tinha dito: 'eu pago o seu salário, então você faz o que eu estou mandando".
Segundo Vasconcellos, 80% das pessoas que vão até ele se colocar à disposição para alguma vaga estão insatisfeitas com os seus chefes. "Pode parecer absurdo, mas na semana passada ouvi de uma pessoa que seu chefe tinha dito: 'eu pago o seu salário, então você faz o que eu estou mandando".
Fazer
considerações ou até mesmo elogios usando a palavra "muito"
Muitas vezes a
palavra "muito" é usada para enfatizar pontos que o chefe acredita
serem positivos. Mas, ainda que seja assim, o funcionário pode se sentir
ofendido, segundo o professor Brandão. "Esse 'muito' soa como um
julgamento, não como uma avaliação. Por exemplo, dizer 'você é muito técnica,
ou muito tímida'". Além disso, de acordo com ele, outras afirmações
categóricas podem ser interpretadas como rótulos, como dizer que uma pessoa é
"a cara de determinada área". "Isso enclausura, enjaula".
Dizer frases mal
elaboradas
"Aqui todo mundo
vai ter oportunidade, inclusive as mulheres". No caso desta frase citada
por Brandão, o problema é de "incompetência de linguagem". "A
pessoa quer dizer outra coisa e acaba ofendendo porque não compreende o que
fala". Também serve como exemplo: "Fulano está se desligando da
empresa e estamos procurando outra pessoa para sua vaga. Agora vamos arregaçar
as mangas e trabalhar".
Dizer coisas
positivas e depois usar a palavra "mas"
É como dizer
"você é excelente no que faz, o relatório que você entregou ontem estava
perfeito, mas acho que você é muito tímido com os outros funcionários".
Segundo Brandão, mesmo que o "mas" seja usado para mostrar uma coisa
pequenina, a informação que vem depois dele é a que fica. "Aí o cara que
deveria sair daquela conversa feliz, acaba insatisfeito".
Dizer frases que
não carregam significado para quem está ouvindo
São aquelas
afirmações que só fazem sentido, de fato, pra quem as faz. Como exemplo,
Brandão cita: "'Nosso planejamento estratégico é ótimo, mas lá na ponta
acaba não acontecendo. Vamos fazer esse esforço porque é bom para nós'. E as
pessoas perguntam: 'bom para quem?' É bom para o chefe, que receberá um bônus
pelo atingimento da meta. Mas e para os outros funcionários?". Segundo o
professor, esse tipo de frase gera sensação de ironia e faz com que a equipe
perca o interesse. "O subordinado pensa: ele quer que eu faça algo que
importa para ele, não para mim".
Matéria extraída da revista Exame.
Alexandre Lopes
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